terça-feira, 18 de janeiro de 2011

OUTONO

Meus filhos se foram
deixando um rastro de silêncio infecundo
já não mais grito
já não mais choro
meus sonhos se diluem nas (im)possibilidades sociológicas
e, vazio, sequer clamo
sequer como
e bebo
a Palavra
que me move.
Meus filhos não nascem mais
já não consigo tecer a história
espero a hora
espero
espero...
Se ao menos eu clamasse de novo...
se ao menos eu recobrasse
a vida
tal qual eu oro...
Se ao menos ventasse em mim de novo...

Venta, Vento!
Venta!

Um comentário:

  1. “Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e filhas do desejo da Vida por si mesma. Eles vêm através de vós, mas não de vós, e apesar de estarem convosco, não pertencem a vós. Podeis dar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, porque eles têm seus próprios pensamentos. Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas, pois suas almas vivem na casa do amanham a qual vós não podeis visitar, nem mesmo em vossos sonhos. Podeis esforçar-vos em ser como eles, mas não tentai fazê-los como vós. Pois a vida não volta para trás, nem permanece no dia de ontem.” (Khalil Gibran)

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