quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

VOLVER

Por que insisto em ouvir Mercedes?
Ela me acorda lutas que inexistem.
Ou será que dizem
repetidamente
não existirem?...
Não haverá mais vozes caladas?
Corpos infantes podem ser brincantes apenas?
O trigo, o fruto, a terra... refestelam aqueles
a quem a eles se entregam?
Olhares deixaram
de matar pessoas
por serem
apenas quem são?
A fita desenrola canções idas de um eu que dorme.
Uma lágrima insiste em expor-me
não por me transportar saudoso desses tempos idos,
mas por me ver inerte em tempos de agora.
Onde desisti de mim mesmo?
Certamente ao desistir de outros rostos
que olham olhares combalidos.
Ah, e essa canção infinda
transpira em mim algo que pensei morrido
Ah, essa bíblica canção que ressuscita...
A mim
“como um niño frente a Dios”.

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